Município carece de projetos para novas ciclovias

Foto: Rena Mattos (Diário)

Sim. Santa Maria possui ciclovias, mas algo longe de ser o suficiente. É possível, inclusive, que você não as conheça, já que estão em pontos afastados do Centro. Uma delas fica na Avenida Hélvio Basso, com 2,6 km (ida e volta). Na Avenida Dom Ivo Lorscheiter, há outra. São 791 metros, com sinalização e iluminação precária e cujas margens acumulam sujeira e lixo. Na Avenida Maestro Roberto Barbosa Ribas, é destinado mais 1,72 km de ciclovia (ida e volta). E, na Avenida Capitão Vasco Amaro da Cunha (da BR-158 até o campo de instrução dos quartéis), mais 6 km (ida e volta) - essa em ótimas condições.

Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana, por meio da Superintendência de Comunicação da prefeitura, o Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU) até prevê uma rede cicloviária, mas a implementação depende de recursos financeiros, e não há projetos em execução.

O uso da bicicleta para arquiteta e urbanista, especialista em projetos sustentáveis, Nivia Braido tem motivação pessoal, profissional e um fator de desenvolvimento para a cidade:

- Optei como meio de transporte para o trabalho desde 2016 para agregar uma atividade física com a convivência do espaço público, tendo percepções e vivências diferentes da cidade. Ciclovias e instalações de bicicletários incentivam novos usuários, tornam a cidade sustentável, menos poluente, mais justa e humana.

SEM PROJETOS

Na última gestão municipal, foram implantadas ciclofaixas de lazer, que funcionavam na Avenida Medianeira, aos domingos e feriados. O projeto, lançado em maio de 2012, à época, denominado Pedale Legal, não durou um ano. Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana, foi extinto porque não houve adesão da população e, por isso, não há perspectiva de retomá-lo.

Conforme Givago Ribeiro, superintedente da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer, a representatividade da Associação Santa Maria de Ciclismo (ASMC), que existe desde 2015 e conta com parceria do Executivo, tem se destacado. Eventos de conscientização do uso de bike como meio de transporte alternativo, campanhas de educação no trânsito e competições também integram as atividades. No últomo dia 27 de maio, ocorreu o 2º Passeio Ciclístico alusivo aos 160 anos do município, que reuniu 300 pessoas.

- A demanda crescente e recente é importante para a cultura da bicicleta. Novas ciclovias em Santa Maria dependem de planejamento. Diferente de uma cidade refência como Copenhague, na Dinamarca, que, quando foi construída já previa em sua origem. Temos, aí, a Travessia Urbana, que está sendo feita. Cadê as pessoas que não pensaram em uma ciclovia que poderia ligar as regiões Oeste a Leste? - questiona Givago.

• Ciclofaixa - Espaço reservado e demarcado em vias públicas que funciona em dias e horários específicos para o uso da bicicleta para o lazer
• Ciclovia - Espaço fixo, disponível 24 horas, e que tem como finalidade a utilização da bicicleta como meio de transporte e que deve integrar o modal de transporte da cidade

UFSM INCENTIVA À PRÁTICA

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a pista multiúso possui 3,5 metros de extensão e 3 metros de largura, conectando a Avenida Roraima à Reitoria. Além da comunidade acadêmica, diversas pessoas da cidade aproveitam e estrutura aos finais de semana.

A universidade também conta, desde o ano passado, com o projeto UMAbike, que partiu do conceito UMA (Universidade Meio Ambiente) + bike. O objetivo é melhorar a mobilidade interna no campus, promover uma mudança cultural e sustentável, disponibilizando 50 bicicletas. Estudantes, docentes e técnico-administrativos podem solicitar os equipamentos para uso junto às portarias das unidades acadêmicas, mediante a apresentação do número de matrícula e documento de identidade com foto ou Siape (Sistema do governo federal). Cada usuário pode utilizar as bicicletas por até duas horas consecutivas, devolvendo-as no mesmo local de retirada.

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